sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Raças



Appaloosa


Domados ou Selvagens, os cavalos palouses coloriam as pradarias em galopes de liberdade ou montados pelos guerreiros indígenas que orquestravam o tropel com repetidos brados.

Não por acaso que a imagem mundialmente se perpetuou da Raça Appaloosa é a do cavalo de indíos.
Nas ancas, dorso e cernelha o pincel da criação salpicou cores diferentes, distribuiu pintas escuras sobre a pelagem básica, algumas vezes carregou mais o pincel nas ancas em formato de mantas... As pelagens negra, alazã, castanha, zaina, baia, palomina, tordilha e rosilha ganharam composições como em nenhuma outra raça da espécie eqüina. Formada a partir dos cavalos introduzidos pelos colonizadores europeus na América, estes animais de plástica inigualável corriam soltos pela bacia do rio Colúmbia e seus afluentes onde foram capturados e domesticados pelos Nez Perce, índios guerreiros que habitavam o vale do rio Palouse, uma região dominada pelos colonizadores franceses. Os Nez Perce domavam os cavalos pintados, usando-os como meio de transporte, montaria de caça e como instrumento de guerra nas constantes batalhas com os brancos.

Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no Estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de regiões íngremes e áridas, o cavalo dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.

A técnica de seleção, adotada há mais de 100 anos, acabou garantindo a preservação das principais características destes animais, em especial sua variada e exótica pelagem. Apesar de a autoria da primeira seleção da raça na América ser atribuída aos Nez Perce, historiadores acreditam que a origem de cavalos com a pelagem típica do moderno Appaloosa é ainda mais antiga. Pinturas rupestres encontradas na Espanha e nas famosas cavernas de Lascaux, na França, desenhadas 18 mil anos antes de Cristo, revelam figuras de cavalos com características semelhantes as do Appaloosa. Outros registros de cavalos pintados foram encontrados em pinturas chinesas datadas de 5.000 anos a.C. e em cavalos selecionados na antiga Pérsia há 1.600 anos.

Das batalhas a preservação

Na medida em que os colonizadores foram estabelecendo seus ranchos e implantando a pecuária no Oeste americano, a aptura de cavalos selvagens para utilização na lida se transformou em fator de sobrevivência.

Cobiçados pelo homem branco, os La Palouse passaram a ser motivo de disputas constantes, notadamente quando foram estabelecidas as rotas comerciais entre o Sul e o Norte, necessitando-se percorrer grandes distâncias a cavalo. Surgiam as batalhas e a vida indígena começou a sofrer grandes alterações. Em 1877, num histórico confronto entre os Nez Perce e a cavalaria americana, os La Palouse serviram de montaria de um povo inteiro numa rota de fuga que percorreu mais de dois mil quilômetros. Quando os Nez Perce se renderam em Montana - Estado americano na fronteira com o Canadá -, os cavalos que sobreviveram aos ataques foram distribuídos entre os soldados, deixados para trás ou simplesmente dispersos.

Crescia a decadência das nações indígenas, e sua reclusão em reservas a partir do início do século XX provocou a quase extinção da população eqüina, especialmente destes cavalos pintados. Espalhados pelo vasto território americano, os animais sobreviventes enfrentaram, ainda, o advento da motorização agrícola e a ramificação das ferrovias. Salvo exceções, o cavalo nos Estados Unidos foi colocado em segundo plano.

No entanto, na busca de resgatar os áureos tempos dos La Palouse e a cultura que a ele era atribuída, apaixonados por estes animais - rancheiros, criadores, descendentes dos Nez Perce e leigos - do Estado de Idaho fundaram, na década de 30, o Appaloosa Horse Club - APHC, entidade que se tinha por objetivo maior preservar a história da Raça e garantir seu desenvolvimento. Dentre estes objetivos estava a utilização do cavalo no esporte e lazer, práticas que começaram a crescer na medida em que a mecanização invadiu a zona rural. Criadores, rancheiros, profissionais do cavalo, esportistas, entidades governamentais se envolveram no movimento. Esta nova realidade foi fundamental para o renascimento do Appaloosa. Buscava-se a seleção de animais fortes, ágeis, corajosos, mas que também que tivessem nos genes a capacidade de transmissão da pelagem exótica típica da Raça. No programa de seleção estabelecido a partir dos anos 30, foram feitas infusões de sangue de cavalos das Raças Árabe, Puro-Sangue-Inglês e, predominantemente do Quarto de Milha.

Destes cruzamentos nasceu, no conceito dos americanos, um tipo de cavalo com características únicas como a pelagem pintada, os cascos rajados, a pele malhada e a esclerótica branca, ou seja, aquela membrana que reveste o globo ocular. Nas décadas seguintes os Appaloosas começaram a desenvolver aptidões para diferentes provas eqüestres, notadamente as chamadas western como Apartação, Rédeas, Laço de Bezerro, Laço em Dupla baseadas na lida dos ranchos, além de Baliza, Tambor, etc. As habilidades do Appaloosa como cavalo funcional e de esporte passaram a ser cultivadas em eventos públicos, especialmente nos rodeios, vitrine maior das competições dos rancheiros americanos.

Resgatado da quase extinção, o Appalosa rompeu as fronteiras dos Estados Unidos a partir dos anos 50, se estabelecendo em outros países e continentes, sendo selecionado atualmente no Canadá, Venezuela, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha, Israel e Brasil. Em nosso País chegou há quase três décadas, se expandiu a partir do Estado de São Paulo e já se consagra como o segundo maior e mais importante plantel mundial.


Aprenda a identificar as características morfológicas básicas do cavalo Appaloosa

O Cavalo Appaloosa é um animal de sela, sendo desta forma útil nos trabalhos rurais, nos trabalhos com gado e também apresenta grande habilidade em velocidade a curtas distâncias.

APARÊNCIA:- animal de porte médio, expressando resistência, agilidade e tranqüilidade. Quando não está em trabalho deve conservar-se calmo, mantendo a própria força sob controle. Na posição em estaca mantém-se reunido, apoiado sobre os quatro pés, podendo partir rapidamente em qualquer direção.

PELAGEM:- admite-se que o Appaloosa possa apresentar pelagem alazã, alazã tostada, baia de alazã, palomina, baia, preta, zaina, castanha, tordilha, rosilha, lobuna, podendo ter ou não variação na pelagem.

Variações na Pelagem:

LEOPARDO - Refere-se ao animal branco com manchas ou pintas da pelagem básica em todo o corpo, inclusive na cabeça, pescoço e membros.

MANTA - Área branca sólida, geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se limitar sobre a mesma. Na manta normalmente encontra-se pintas ou manchas da pelagem básica.

PINTAS OU MANCHAS - Pontos brancos geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se limitar sobre a mesma, podendo apresentar-se com pintas da pelagem básica.

NEVADO - Refere-se ao animal que apresenta uma mistura de pêlos brancos e pêlos da cor básica geralmente sobre área dos quartos, podendo ser até por todo o corpo. Assemelha-se a flocos de neve caídos sobre a pelagem básica, podendo apresentar pintas da pelagem básica na mesma área.

PELE - a pele despigmentada é uma característica importante para o Cavalo Appaloosa, sendo um indicativo básico e decisivo na raça. Tem a aparência “mesclada”, de área pigmentada e área não pigmentada, diferente da pele cor-de-rosa. Esta pele mesclada pode ser encontrada em várias partes do corpo. Além da área ocular, focinho, pode ser encontrada na região anal, no períneo, nos genitais e úbere das fêmeas.

ANDAMENTO:- harmonioso em reta, natural, baixo. O pé é levantado livremente e recolocado de uma só vez no solo, constituindo-se no trote de campo.

ALTURA:- São animais cuja altura média é de 1,50 m.

PESO:- 500 kg, em média.

CABEÇA:- pequena e leve, com fronte ampla e de perfil retilíneo. As faces, também denominadas ganachas, são cheias, grandes e muito musculosas. Vistas de lado são chatas, discretamente convexas e abertas de dentro para fora quando vistas de frente, o que proporciona serem bem mais largas que a garganta. Desta forma, a flexão da cabeça é muito acentuada, permitindo grande obediência às rédeas. Em posição normal, a cabeça deve ligar-se ao pescoço em ângulo de 45°.

ORELHAS:- pequenas, alertas, bem distanciadas entre si, e com boa movimentação.

OLHOS:- grandes e devido ao fato da fronte ser ampla, bem afastados entre si permitindo um amplo campo visual, tanto para a frente como para traz, ao mesmo tempo, com o mesmo olho. A área ocular que rodeia a córnea, esclerótica branca, é mais evidente que em outras Raças. Nos outros animais, a esclerótica branca é visível se ocorrer movimento do globo ocular para os lados, para cima, para baixo e se a pálpebra for levantada. Essa característica é muito peculiar no Appaloosa, desde que não esteja combinada marca grande e extensa de cara (por exemplo, frente aberta e “malacara”).

NARINAS:- grandes.

BOCA:- pouco profunda, permitindo grande sensibilidade às embocaduras.

FOCINHO:- pequeno.

GARGANTA:- estreita, permitindo grande obediência às rédeas.

PESCOÇO:- comprimento médio e de forma piramidal, sem desvios de bordos, seja inferiores ou superiores. Deve-se inserir-se no tronco em ângulo de 45° , porém, bem destacado do mesmo. Somente a junção entre o pescoço e a cernelha deve ser gradual. A musculatura é bem pronunciada, tanto visto de lado, como de cima. As fêmeas têm pescoço proporcionalmente mais longo, garganta mais estreita e desenvolvimento muscular menor. O Appaloosa, quando em trabalho, mantém a cabeça baixa, podendo assim usá-la melhor, e permitindo ao cavaleiro uma perfeita visão sobre ela.

TRONCO:- da cernelha ao lombo, deve ser curto e bem musculado, não “selado” especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o declive gradual de 50 a 80° da garupa a base da cernelha. O vértice da cernelha e a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo nível.

CERNELHA:- bem definida, de altura e espessura média.

DORSO:- bem musculado, ao lado das vértebras e, visto de perfil, com discreta inclinação de traz para frente. Tendo aparência semi-chata, o arreamento comum deve cobrir toda essa área.

LOMBO:- curto, com musculatura acentuadamente forte.

GARUPA:- longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os posteriores normalmente embaixo da massa corpórea (engajamento natural).

PEITO:- profundo e amplo. O peito visto de perfil, deve ultrapassar nitidamente a linha dos antebraços, estreitando-se porém no ponto superior da curvatura, de forma a diferenciar-se nitidamente do pescoço. Vista de frente, a interaxila tem forma de “V” invertido, devido a desenvolvida musculatura dos braços e antebraços.

TÓRAX:- amplo, com costelas largas, próximas, inclinada e elásticas. O cilhadouro deve ser bem mais baixo que o codilho.

MEMBROS ANTERIORES

ESPÁDUA:- deve ter ângulo de aproximadamente 45° , denotando equilíbrio e permitindo a absorção dos choques transmitidos pelos membros.

BRAÇOS:- musculosos, interna e externamente.

ANTEBRAÇOS:- o prolongamento da musculatura interna dos braços proporciona ao bordo inferior do peito, quando visto de frente, a forma de “V” invertido, dando ao cavalo aparência atlética e saudável. Externamente a musculatura do antebraço também é pronunciada, o comprimento do antebraço é um terço a um quarto maior que a canela.

JOELHOS:- vistos de frente são cheios, grandes e redondos; vistos de perfil, retos e sem desvios.

CANELAS:- não muito curtas. Vistas de lado, são chatas, seguindo o prumo do joelho ao boleto; vista de frente igualmente sem desvios.

QUARTELAS:- de comprimento médio, formato aproximadamente semi circular com talões bem afastados, sem desvios.

CASCOS:- de tamanho médio, formato aproximadamente semi circular, com talões bem afastados, sem desvios. Somente o animal Appaloosa terá cascos com listras verticais claras e escuras bem pronunciadas e nitidamente definidas em membros sem calçamentos. Em outras raças, as listras verticais, em geral, são resultado de um ferimento na coroa acima do casco do animal ou estão presentes em membros com calçamento.

MEMBROS POSTERIORES

COXAS:- longas, largas, planas, poderosas, bem conformadas, fortemente musculadas, mais largas que a garupa.

SOLDRA:- recoberta por musculatura bem destacada, poderosa.

PERNAS:- muito musculosas. Essencialmente importante é o desenvolvimento muscular homogêneo, tanto interna quanto externamente.

JARRETES:- baixos. Por traz, são largos, limpos aprumados; de perfil, largos, poderosos estendendo-se em reta até os boletos.

CANELAS:- mais largas, discretamente mais longas e mais grossas que as anteriores. De lado, são chatas, são convenientes canelas mais curtas, tornando o jarrete mais próximo ao solo, permitindo voltas rápidas e paradas curtas.

QUARTELAS:- discretamente mais fortes que as anteriores, porém com a mesma inclinação.

CASCOS:- menores que os anteriores, oblongos. Somente o animal Appaloosa terá cascos com listras verticais claras e escuras bem pronunciadas e nitidamente definidas em membros sem calçamentos. Em outras raças, as listras verticais, em geral, são resultado de um ferimento na coroa acima do casco do animal ou estão presentes em membros com calçamento.

CAUDA:- medianamente inserida, elegante com pêlos grossos. Podem, por ventura, apresentar-se mais ralas que as outras Raças.

Obviamente, toda a estrutura, o arranjo, bem como o desenvolvimento ósseo e muscular do animal devem ser levados em consideração. Ainda assim, atenção especial deve ser dada ao trem posterior, uma vez que dele dependem basicamente os atributos peculiares do Appaloosa:- partida rápida, velocidade, paradas curtas e voltas rápidas.

RECOMENDAÇÕES:

1. Os animais que apresentarem problemas hereditários como monorquidismo, criptorquidismo, hérnia inguinal, hérnia umbilical, portadores de HYPP (Paralisia Hipercalemica Periódica), assim como qualquer outra anomalia genética, não são aconselhados a serem utilizados na reprodução, conforme determina as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

2. Que os acasalamentos objetivando a Criação do Cavalo Appaloosa, tenha um dos genitores cumprindo o dispositivo no art. 17, Cap. IV, em seu § 3º. Item 3.






CAVALO ÁRABE

A ORIGEM

A origem do cavalo árabe, depois de muitas pesquisas e de divergências históricas, continua sem uma prova definitiva: teria sido uma espécie selvagem que assumiu com o tempo sua forma, originária de cruzamentos entre outras? Teria o homem interferido nessa formação? A questão permanece envolta em mistério. Na verdade a primeira imagem aparece num baixo relevo egípcio do século 16 antes de Cristo.

A Cavalo Árabe de hoje tem uma cabeça pequena e côncava, pescoço arqueado, linha de garupa horizontal e cauda levantada de inserção alta. Estas características foram mantidas até hoje, através de 36 séculos. Quem poderá realmente dizer quantos outros se passaram até que estas características tivessem sido adquiridas e fixadas.

Não existe dúvida de que é a raça mais antiga do mundo, e a nenhuma outra se pode comparar em conformação, equilíbrio e beleza. Mas não foi por essas qualidades que durante 3500 anos o cavalo árabe foi tão apreciado: foi por sua extraordinária capacidade como cavalo de guerra. Pela velocidade, resistência, agilidade e inteligência.

O poderio dos impérios e de seus exércitos foi cada vez mais baseado na cavalaria. E pouco a pouco, a cavalaria ligeira ultrapassava em muito a pesada, com armaduras e armas de maneio lento. Os guerrilheiros montados em "cavalos que voavam nos pés" tornavam-se famosos e muito temidos.

Em 700 a.C. havia uma procura generalizada deste tipo de cavalo. Guerras eram iniciadas com o único fim de obtê-los em maior número possível. As lutas se sucediam entre assírios, persas, povos das estepes, em torno do mar Vermelho, até o Egito. Em selos, jóias, relevos e pinturas, encontramos a mesma imagem do cavalo árabe característico através dos séculos.

A lenda conta que Maomé, depois de uma longa caminhada, mandou que soltassem os animais para tomar água. Antes que eles chegassem ao lago, ele os chamou de volta, e apenas cinco éguas pararam, e em vez de matar a sede voltaram atendendo ao chamado do profeta. Ele abençoou estas cinco éguas, e delas se formaram as cinco linhagens famosas.

Porém, todas as referências citam apenas Kehilan Ajuz, que se confunde com o termo "puro". Portanto, todas as linhagens formaram-se a partir de Kehilan Ajuz. Somente em 1800 temos como definitivo a existência das várias linhagens: Kehilan, Seglawi, Maneghi, Abeyan, Dahman. Porém para os beduínos "são todos Kehilan".

Apesar de haver descrições, com características diversas, destas linhagens, notamos com surpresa que elas são continuamente cruzadas entre si, tornando difícil seu reconhecimento. Mais tarde, as tribos de beduínos criaram sublinhagens, isolando pela distância suas tropas.


GRANDES STUDSS

A paixão pelo cavalo levou faraós, reis, imperadores e uma série de homens poderosos a colecionar o que havia de melhor. Preços fabulosos, resgates de príncipes, e mesmo cidades inteiras foram trocados por esplendidos animais, quando não eram arrancados a preço de sangue.

Depois do esplendor dos faraós, temos notícia dos grandes studss nos séculos 13 e 14, como Baybards, o sultão que mandava colocar sedas preciosas no chão para que seus cavalos desfilassem. O sultão Nacer Ibn Kalaoun (1300 d.C.) pagava fortunas pelos animais, trazidos de todos os cantos do seu reino como sendo os mais perfeitos: uma potranca, filha da égua El Karta, foi paga com cem mil dracmas em ouro, mais uma parte em terras na Síria (Este valor em dracmas daria hoje mais de 5,6 milhões de dólares).

A pele pigmentada de amarelo-alaranjado e a pigmentação escura nos olhos são um muito úteis nos climas tropicais, onde a pigmentação da pele protege o úbere da Quando o sultão Barkuq faleceu (século14) haviam sete mil éguas em suas cocheiras. Depois o Egito foi subjugado por invasores e os grandes studs voltam a aparecer com Mohammed Ali, em 1805. Até então, as tribos nômades, permanentemente em guerra, mantêm suas éguas como parte da família, alimentando-as com tâmaras e leite de camelo, e dormindo em sua tenda. Por esta razão os animais dóceis foram preservados.

O beduíno tem o cavalo como parte de sua vida e sobrevivência. E assim o cavalo árabe vai sendo preservado através das idades, passada a tradição de pais a filhos, como o fogo conservado com tanto sacrifício entre os homens primitivos.

Em 1815 Mohammed Ali, um dos chefes turcos que então dominavam o Egito, mandou um exército chefiado por Ibrahim Pasha, seu filho, contra o poder crescente dos wahabis, em Nejd. Depois de bem-sucedida essa invasão, Ibrahim Pasha voltou para o Egito trazendo consigo duzentas esplêndidas éguas e os garanhões capturados em Ryad e outras cidades do Nejd. Estes magníficos animais representavam o sangue mais puro das tribos do deserto e foram aumentar a glória dos estábulos reais de Mohammed Ali.

Uma segunda expedição, mais organizada, também comandada por Ibrahim Pasha, penetrou novamente na Arábia capturando Touryf, e com isto, ostud inteiro de Saoud, o rei wahabi. Estes animais deram a Ibrahim Pasha a possibilidade de estabelecer seu própriostud. Assim o Egito possuía novamente dois grandes criatórios, com o material melhor e mais refinado da Arábia.

Os viajantes no Egito que tiveram o privilégio de visitar os studs de Mohammed Ali e Ibrahim Pasha eram unânimes em constatar a beleza espetacular dos animais ali reunidos. Porém, as condições em que estes animais eram mantidos deixavam os visitantes indignados. Estábulos pouco ventilados e sujos, com poucos homens para cuidar; na maioria garotos, que além de não os soltarem nem cuidarem da limpeza, ainda roubavam a comida destinada aos animais. Muitos morreram e pouco a pouco a qualidade foi decaindo. Alguns foram enviados como presentes a príncipes estrangeiros, mas o destino cuidou para que tudo não fosse perdido.


ABBAS PASHA

O neto de Mohammed Ali, quando criança, tinha assistido à procissão triunfal do exército de Ibrahim Pasha entrando no Cairo com a fina flor das éguas do deserto, e em seu peito nasceu uma paixão que durou toda sua vida por estes maravilhosos animais. Desde então, tentou reunir, e conseguiu, um grande número de éguas e cavalos de várias proveniências, animais estes que despertavam aquela grande admiração que ele sentira em criança. Durante o declínio dos studs de seu tio e seu avô, comprou tudo o que foi possível.

Em 1836, com 23 anos, Abbas Pasha tornou-se vice-rei do Egito. Abbas Pasha mandou construir um magnífico palácio no deserto Dar al Bayda, entre Cairo e Suez, com todo o cuidado para o bem estar de seus cavalos. Dizem os que o visitaram que em seus melhores tempos ostud compreendia mil animais, das mais nobres e refinadas origens. Abbas Pasha morava neste palácio, e assim podia passar o dia entre os jardins, alegrando seus olhos perante a visão de seus esplêndidos animais.

A importância dostud de Abbas Pasha é a maior, na história do cavalo árabe. A pureza racial, o refinamento, a beleza e a perfeição dos espécimes por ele reunidos é reconhecida por todos. Sua exigência quanto ao pedigree, que naquela época não costumava ser escrito, obrigou um estudo de genealogias para garantir a pureza racial da qual ele fazia questão absoluta. Foi feito o primeiro Stud Book: Abbas Pasha.Tudo parecia indicar que o futuro seria brilhante. Mais uma vez o destino mudou o rumo e em 1854 Abbas Pasha foi assassinado.

Este vice-rei de Egito foi um dos maiores conhecedores da raça árabe. A dedicação de sua vida inteira e o cuidado com que seus animais foram escolhidos; seus manuscritos, tornando possível o conhecimento de todas as linhas de sangue - que eram transmitidas oralmente entre os membros das tribos -, tudo foi anotado por um escriba de confiança, acompanhado por alto dignitário de sua majestade. Portanto, pode-se considerar, sem dúvida alguma, que os únicos cavalos de pureza inquestionável foram os de Abbas Pasha.

Enquanto os relatos de visitantes em outros studs historicamente famosos descrevem a velocidade e as vitórias em corrida, os que puderam ver os cavalos de Abbas Pasha descrevem apenas a extraordinária beleza e majestade destes animais. El Hami Pasha herdou o reino de seu pai e ostud, mas não tendo o talento necessário, não pôde manter este estabelecimento e morreu três anos depois. Para pagar suas dívidas, o tesouro inestimável da coleção fantástica de seu pai foi a leilão. Reis e príncipes europeus enviaram representantes, ou vieram pessoalmente, assim como vários nobres, ansiosos para enriquecer seus estabelecimentos com os melhores espécimes do mundo. Preços incríveis foram atingidos, e mais ou menos duzentos animais foram para vários países: Itália, Alemanha, França, Polônia, Hungria.

O grande interesse em torno das corridas tornava necessário o cruzamento repetido com sangue árabe do deserto, e cada país seguia uma orientação diferente. Porém, a influência destes animais, utilizados desta maneira, foi se diluindo e nada foi conservado em termos puros. Felizmente, um jovem de família nobre do Cairo, admirador e profundo conhecedor dostud de Abbas Pasha, arrematou as mais valiosas linhas de sangue no leilão. Ali Pasha Cheriff, um dos mais ricos proprietários de terras do Egito, entusiasmado com os melhores garanhões e as mais belas éguas que comprara, estabeleceu sua própria criação, agora governador da Síria.

Durante os anos subseqüentes, Ali Pasha Cheriff devotou sua fortuna pessoal e todo o seu conhecimento ao estabelecimento. Seu maior prazer era manter as suas éguas tratadas como princesas orientais em harém: elas desfilavam, maravilhosas, banhadas, penteadas e enfeitadas com cabrestos preciosos, somente para seus olhos. Porém, quando o Pasha envelheceu, seus filhos conspiraram contra ele e achando que sua fortuna fabulosa estava sendo desperdiçada, decidiram vender ostud. Ali Pasha Cheriff, algumas semanas depois, com o coração despedaçado ao ver seus animais irem a leilão, não resistiu e morreu, terminando assim, para sempre, a magnificência dos grandes studs do Oriente Médio.

O CAVALO DO BEDUÍNO

Muitas das atuais características do cavalo árabe resultam de sua adaptação ao deserto. São, com certeza, aspectos de sua conformação primitiva que foram privilegiados, selecionados e desenvolvidos com grande sabedoria pelos beduínos. Isso foi realizado com tal maestria através de conceitos e ensinamentos passados de geração para geração durante milênios, que nenhum hipólogo ou compêndio sobre eqüinos se recusa ou mesmo titubeia em afirmar que o Puro Sangue Árabe é o mais perfeito animal e o verdadeiro protótipo do cavalo de sela.

Os olhos - Os olhos do cavalo árabe são típicos de muitas espécimes de animais do deserto. Grandes e salientes, eles são responsáveis por prover o animal de uma excelente visão, a qual alertava os primitivos cavalos Árabes dos ataques de seus predadores.

Narinas - As narinas do cavalo Árabe que se dilatam quando ele corre ou está excitado, proporcionam uma grande captação de ar. Normalmente as narinas se encontram semi-cerradas reduzindo a poeira proveniente da respiração nos climas mais secos como no deserto.

Maxilares - O tamanho e a grande separação entre os maxilares ou ganachas no cavalo Árabe proporcionam um bom espaço para a passagem de sua desenvolvida traquéia - provavelmente esse é um outro fator de adaptação para aumentar a captação de ar.

Carregamento de cabeça - O carregamento natural de cabeça do cavalo Árabe é muito mais alto do que qualquer outra raça, especialmente ao galope. O alto carregamento da cabeça facilita a passagem do ar, abrindo as flexíveis narinas e alongando a traquéia. É comprovado que os cavalos Árabes possuem maior número de células vermelhas que as outras raças, o que pode indicar que o cavalo Árabe usa o oxigênio mais eficientemente.

Pele - A pele negra por debaixo dos pêlos do cavalo Árabe é visível devido à delicadeza ou ausência de pêlos em torno dos olhos e focinho. Essa pele escura em torno dos olhos reduz o reflexo da luz do sol e também protege contra queimaduras. A fina pele do cavalo Árabe proporciona a rápida evaporação do suor resfriando o cavalo mais rapidamente.

Irrigação Sanguínea - As veias que se tornam visíveis por saltarem à flor da pele quando o cavalo Árabe enfrenta um grande esforço físico, em contato com o ar, resfriam rapidamente a circulação sanguínea, proporcionando maior conforto em longas jornadas.

Crina - Os pêlos da crina são normalmente finos e longos, protegendo a cabeça e o pescoço da ação direta do sol. O longo topete na testa também protege os olhos do reflexo e da poeira.

Focinho - O pequeno e cônico focinho também deve ser creditado de sua herança do deserto. A escassez de alimentos deve ter reduzido o focinho para o admirado tamanho e formato de hoje. Os finos e ágeis lábios provavelmente são resultados dos ralos pastos do deserto. Os cavalos dos beduínos pastoreavam apenas esporadicamente comendo poucos chumaços de grama aqui e ali, enquanto seguiam em suas longas jornadas. Lábios ágeis podem rapidamente se prover de pequenas porções de ralas gramas e ervas.

Estrutura Óssea - É fato que muitos cavalo Árabes possuem apenas cinco vértebras lombares, diferentes das seis comuns em outras raças. Essa vértebra a menos explica o pequeno lombo e a resultante habilidade em carregar grandes pesos proporcionalmente ao seu tamanho. No entanto, modernas autoridades do cavalo Árabe, como Gladys Brown Edwards, afirmam que não são todos que possuem cinco vértebras, muitos possuem o padrão de seis vértebras. Até hoje não é sabido qual número mais comum de vértebras no cavalo Árabe e não há evidência de que o Árabe que possui cinco seja mais puro ou mais desejável do que o que possui seis.

Carregamento da Cauda - O alto e natural carregamento da cauda é resultado da singular estrutura óssea do cavalo Árabe. A primeira vértebra da cauda, que se liga à parte interna da garupa é levemente inclinada para cima, ao contrário de outras raças que se inclina para baixo.

A cabeça - A distinta beleza do cavalo Árabe é uma das principais marcas do tipo da raça. O clássico perfil é marcado por duas características: jibbah e afnas, muito admiradas pelos beduínos.

Jibbah - é a protuberância acima dos olhos. Nem todos os cavalo Árabes maduros possuem, mas ele é óbvio nos potros. O Jibbah aumenta o tamanho da cavidade nasal proporcionando maior capacidade respiratória.

Afnas - O afnas é a chamada "cabeça chanfrada". O chanfro é a depressão no osso frontal da cabeça entre os olhos e o focinho, ele apresenta uma curva côncava no perfil da cabeça. Embora o Afnas fosse admirado pelos beduínos como um aspecto de beleza, nem todos os seus cavalos possuíam o chanfro pronunciado, da mesma forma que hoje nem todos os modernos cavalos Árabes possuem esse perfil. Mas uma cabeça é considerada boa e típica quando possui:

  • olhos grandes, salientes, bem separados e situados logo abaixo da testa;
  • testa larga;
  • narinas grandes e flexíveis;
  • cabeça descarnada e seca;
  • a expressão geral é alerta, inteligente e vivaz.
  • Os chamados "olhos humanos" ou "branco nos olhos" no qual é visível a esclerótica branca em torno da íris é um ponto polêmico na criação do cavalo Árabe. Margaret Greeley em seu livro "Arabian Exudus" cita Wilfrid Blunt afirmado que o branco nos olhos não era um sinal de mau temperamento, pelo contrário, era uma característica desejada pelos beduínos. Muitos juízes e criadores modernos, no entando, desgostam e penalizam os cavalos que possuem essa característica a despeito do fato dela aparecer em certas antigas e valiosas linhagens.

    1 Orelha
    26 Boleto
    2 Topete
    27 Quartela
    3 Têmpora
    28 Coroa
    4 Olho
    29 Casco
    5 Chanfro
    30 Cernelha
    6 Narina
    31 Dorso
    7 Focinho
    32 Lombo ou rins
    8 Lábios
    33 Anca
    9 Queixo
    34 Vértebras da cauda
    10 Lábio inferior
    35 Garupa
    11 Madíbula
    36 Costelas
    12 Ganacha
    37 Flanco
    13 Testa
    38 Cilhadouro
    14 Nuca
    39 Barriga
    15 Crina
    40 Coxa
    16 Pescoço
    41 Nádega
    17 Garganta
    42 Ponto de nádega
    18 Laringe
    43 Soldra
    19 Ponto de paleta
    44 Perna
    20 Peito
    45 Jarrete
    21 Paleta
    46 Tendão extensor
    22 Braço
    47 Tendão
    23 Antebraço
    48 Castanha
    24 Joelho
    49 Cotovelo
    25 Canela
    50 Cauda


    O CAVALO ÁRABE NO BRASIL

    Embora oficialmente a criação brasileira do Cavalo Árabe tenha começado no Rio Grande do Sul em 1929, com o registro do garanhão Rasul, importado da Argentina por GUILHERME ECHENIQUE FILHO, existem informações seguras de que muitos cavalos Árabes chegaram ao país bem antes disso. OSWALDO GUDOLE ARANHA, emérito criador e presidente da ABCCA entre os anos 1975 a 1977, em seu artigo no primeiro volume do Registro Genealógico do Cavalo Árabe (Stud Book) lembra que DOM PEDRO I proclamou a Independência do Brasil no dorso de um Cavalo Árabe e a belíssima obra do pintor que está exposta hoje no museu do Ipiranga na cidade de São Paulo é uma prova concreta desse fato.

    OSWALDO ARANHA cita ainda registros de importações de cavalos Árabes em 1826, 1837, 1859, 1885 e destacando como sendo uma das mais importantes a realizada em 1894 pelo famoso estadista JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS BRASIL que trouxe Amir, Maalek e Mazir, três importantes reprodutores nascidos no próprio deserto e que impressionaram muito as autoridades na época. Depois disso importações da raça realizadas pela Remonta Militar do Exército, pelo Departamento Animal do Ministério da Agricultura e até mesmo por fazendeiros passaram a ser constantes, mas o interesse dos importadores era o de usar o Cavalo Árabe apenas como regenerador do plantel local. O grande mérito da criação regular do Cavalo Árabe no Brasil se deve ao gaúcho GUILHERME ECHENIQUE FILHO que importou da Argentina o garanhão Rasul e sete éguas puras, registrou-os todos num livro de registros aberto a todas as raças bovinas e eqüinas no Rio Grande do Sul e deu início à criação do Haras Er Rasul, uma homenagem a seu primeiro garanhão.

    O primeiro Puro Sangue Árabe brasileiro nasceu em 15 de Outubro de 1929. Era uma fêmea, registrada com o número 8 no livro de Registro e o brasileiríssimo nome Airé, filha de Risfan e que veio no útero de Racbdar, uma das sete éguas importadas por Echenique.

    Durante os dez primeiros anos de vida da criação de Cavalos Árabes devidamente registrada no Brasil, apenas as Coudelarias Nacionais de Saycan e de Rincão, além da família Echenique, todos sediados no Rio Grande do Sul, registraram 160 animais. Em 1941 o Departamento animal do Ministério de Agricultura, sediado em São Carlos-SP realizou uma grande importação de Cavalos Árabes. Chegaram da França quatro garanhões e 13 éguas dando início a uma das mais importantes criações brasileiras da época. Em 1955, haviam apenas 620 cavalos Árabes puros registrados, por apenas 4 criações quando o Ministério da Agricultura, através de seu departamento de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, deu início a sua criação a partir de cavalos levados de São Carlos. Até à década de 60 os principais criadores brasileiros continuavam sendo o Ministério da Agricultura, o governo do Rio Grande do Sul e família Echenique que registraram juntos mais de 98% dos cavalos da época. Fora isso três criadores do Rio Grande Sul influenciados por Echenique e quatro criadores de São Paulo levados pelo Departamento Animal de São Carlos registram animais. Praticamente toda a produção era dirigida para a utilização nos Regimentos de Cavalaria do Exército e para a regeneração de tropas de fazendeiros através de postos de monta.

    A criação do Cavalo Árabe no Brasil começou realmente a mudar quando em 1964, Dr. Aloysio de Andrade Faria importou três garanhões e seis éguas dos Estados Unidos, fundou a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe e reuniu os registros do Rio Grande do Sul e de São Carlos no Stud Book Brasileiro do Cavalo Árabe.

    Com a criação brasileira organizada e começando a realizar encontros e exposições, leilões e importações bastaram apenas dez anos para que o número de cavalos atingisse o mesmo número que demorou 35 anos para serem registrados. Essa nova fase da criação brasileira foi até o início da década de 90, foi marcada pelas grandes importações e pela difusão da raça em todo o território Nacional. Chegaram ao Brasil Campeões Nacionais Americanos e Canadenses, reprodutoras de campeões e o Cavalo Árabe passou a ser criado em treze estados brasileiros.

    Hoje, quase um século após o primeiro registro de um Cavalo Árabe no Brasil, a criação brasileira exporta cavalos Árabes para países da América do Sul, América do Norte, Europa, Oriente Médio e Austrália e é reconhecida como uma das mais importantes criações do mundo. Tem cerca de 35 mil cavalos puros registrados, 3241 haras inscritos no Stud Book e é uma das mais destacadas raças no país.


    Quarto de Milha

    A Origem da Raça
    A raça Quarto de Milha foi a primeira a ser desenvolvida na América. Ela surgiu nos Estados Unidos por volta do ano de 1600. Os primeiros animais que a originou foram trazidos da Arábia e Turquia à América do Norte pelos exploradores e comerciantes espanhóis.

    Os garanhões escolhidos eram cruzados com éguas que vieram da Inglaterra, em 1611. Os cruzamentos produziram cavalos compactos, com músculos fortes, podendo correr distâncias curtas mais rapidamente do que nenhuma outra raça.

    Com a lida no campo, no desbravamento do Oeste Norte-Americano, o cavalo foi se especializando no trabalho com o gado. Nos finais de semana, os colonizadores divertiam-se, promovendo corridas nas ruas das vilas e pelas estradas dos campos, perto das plantações, com distância de um Quarto de Milha (402 metros), originando o nome do cavalo.

    Foi fundada em 15 de março de 1940, a American Quarter Horse Association (AQHA), em College Station, Texas. Em 1946, a AQHA se transferiu para Amarillo, Texas, onde se encontra até hoje, tornando-se a maior associação de criadores do mundo, com cerca de 338 mil sócios e mais de 4,2 milhões de cavalos registrados, divididos em 43 países, representando 52% dos eqüinos em todo o mundo (dados até 31/12/2002).

    Padrão Racial Quarto de Milha

    APARÊNCIA - de força e tranquilidade. Quando não trabalhando, deve conservar-se calmo, mantendo a própria força sob controle. Na posição parado, mantém-se reunido, com os posteriores sob a massa, apoiando nos quatro pés, podendo partir rapidamente em qualquer direção.

    PELAGEM - admite-se que a pelagem do Quarto de Milha possa ser alazã, alazã tostada, baia, baia amarilha ou palomina, castanha, rosilha, tordilha, lobuna, preta e zaina. Não serão admitidos, para registro, animais pampas, pintados e brancos, em todas as suas variedades.

    ANDAMENTO - harmonioso, em reta, natural, baixo. O pé é levantado livremente e recolocado de uma só vez no solo, constituindo-se no trote de campo.

    ALTURA - são cavalos cuja altura é, em média, de 1,50 m. São robustos e muito musculados.

    PESO - 500 quilogramas, em média.

    CABEÇA - pequena e leve. Em posição normal, deve-se ligar ao pescoço em ângulo de 45º. Perfill anterior reto.

    FACES - cheias, grandes, muito musculosas, redondas e chatas, vistas de lado; discretamente convexas e abertas de dentro para fora, vista de frente, o que proporciona ganachas bem mais largas que a garganta. Desta forma, a flexão da cabeça é muito acentuada, permitindo grande obediência às rédeas.

    FRONTE - ampla.

    ORELHAS - pequenas, alertas, bem distanciadas entre si.

    OLHOS - grandes e, devido ao fato de a testa ser larga, bem afastados entre si permitindo um amplo campo visual, tanto para a frente como para trás, ao mesmo tempo, com o mesmo olho.

    NARINAS - grandes.

    BOCA - pouco profunda, permitindo grande sensibilidade às embocaduras.

    FOCINHO - pequeno.

    PESCOÇO - comprimento médio. Deve inserir-se no tronco em ângulo de 45º porém, bem destacado do mesmo. Somente a JUNÇÃO entre o pescoço e a cernelha deve ser gradual.

    O BORDO INFERIOR - do pescoço é comparativamente reto e deve destacar-se nitidamente do tronco assegurando flexibilidade.

    O BORDO SUPERIOR - é reto, quando o cavalo está com a cabeça na posição normal.

    GARGANTA - estreita, permitindo grande obediência às rédeas.

    MUSCULATURA - bem pronunciada, tanto vista de lado, como de cima. As fêmeas têm pescoço proporcionalmente mais longo, garganta mais estreita e desenvolvimento muscular menor. O Quarto de Milha, quando em trabalho, mantém a cabeça baixa, podendo, assim, usá-la melhor e permitindo ao cavaleiro uma perfeita visão sobre ela.

    TRONCO - da cernelha ao lombo deve ser curto e bem musculado: Não "selado" especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o declive gradual de 5º a 8º da garupa à base da cernelha. O vértice da cernelha e a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo nível.

    CERNELHA - bem definida, de altura e espessura médias.

    DORSO - bem musculado ao lado das vértebras e, visto de perfil, com muita discreta inclinação de trás para frente. Tendo aparência semi-chata, o arreamento comum deve cobrir toda essa área.

    LOMBO - curto, com musculatura acentuadamente forte.

    GARUPA - longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os posteriores normalmente embaixo da massa (engajamento natural).

    PEITO - profundo e amplo. O peito visto de perfil, deve ultrapassar nitidamente a linha dos antebraços, estreitando-se porém, no ponto superior da curvatura, de forma a diferenciar-se nitidamente do pescoço. Vista de frente, a interaxila tem forma de "V" invertido, devido à desenvolvida musculatura dos braços e antebraços.

    TÓRAX - amplo, com costelas largas, próximas, inclinadas, elásticas. O cilhadouro deve ser bem mais baixo que o codilho.

    Membros Anteriores

    ESPÁDUA - deve ter ângulo de aproximadamente 45º , denotado, equilíbrio e permitindo a absorção dos choques transmitidos pelos membros.

    BRAÇOS - musculosos, interna e externamente.

    ANTEBRAÇOS - o prolongamento da musculatura interna dos braços proporciona ao bordo inferior do peito, quando visto de frente, a forma de "V" invertido, dando ao cavalo a aparência atlética e saudável. Externamente, a musculatura do antebraço também é pronunciada. O comprimento do antebraço é um terço a um quarto maior que a canela.

    JOELHOS - vistos de frente são cheios, grandes e redondos; vistos de perfil, retos e sem desvios.

    CANELAS - não muito curtas. Vistas de lado, são chatas, seguindo o prumo do joelho ao boleto; vista de frente, igualmente sem desvios.

    QUARTELAS - de comprimento médio, limpas, em ângulo de 45º, idêntico a da espádua, e continuam pelos cascos com a mesma inclinação.

    CASCOS - de tamanho médio, formato aproximadamente semi-circular, com talões bem afastados, sem desvios.


    Membros Posteriores


    COXAS - longas, largas, planas, poderosas, bem conformadas, fortemente musculadas, mais largas que a garupa.

    SOLDRA - recoberta por musculatura bem destacada, poderosa.

    PERNAS - muito musculosas. Essencialmente importante é o desenvolvimento muscular homogêneo, tanto interna, quanto externamente.

    JARRETES - baixos. Por trás, são largos, limpos, aprumados; de perfil, largos, poderosos, estendendo-se em retaaté os boletos.

    CANELAS - mais largas, discretamente mais longas e mais grossas que as anteriores. De lado, são chatas. São convenientes canelas mais curtas, tornando o jarrete mais próximo do solo, permitindo voltas rápidas e paradas curtas.



    Caracolito, o primeiro cavalo
    registrado na ABQM.

    Tudo começou em 1955, quando a Swift-King Ranch (SKR) importou seis animais dos Estados Unidos para o Brasil, vindos de sua matriz norte-americana, a famosa King Ranch, no Texas, a maior fazenda dos EUA.

    À medida que vários pecuaristas, banqueiros e homens de negócios tiveram a oportunidade de conhecer os animais Quarto de Milha, começaram a pressionar a SKR para que lhes vendessem alguns exemplares.

    A companhia atendeu a poucos criadores, vendendo um número reduzido de potros.

    Em 15 de agosto de 1969, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), no Parque da Água Branca, em São Paulo, onde se encontra atualmente.

    Hoje, o plantel brasileiro é composto, segundo dados fornecidos pelo Stud Book da ABQM, atualizados até 31/12/2006, por 309.000 mil animais registrados, com 46,9 mil criadores e proprietários e cadastrados, espalhados por todos os estados brasileiros.

    O presidente atual é Ovídio Vieira Ferreira.

    Fonte: ABQM(Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha)


    Crioulo




    DÓCIL E ATLETA


    História: Originário das grandes planícies dos pampas até as encostas dos Andes, descende dos cavalos trazidos pelos colonizadores espanhóis. Adaptou-se ao frio intenso e ao calor desgastante, tornando-se um animal muito resistente.

    Características: Apesar do baixo porte, possui musculatura consistente e ossatura compacta. Extremamente ágil e resistente, foi feito para trabalhar com gado.

    Aptidão: Além de sua funcionalidade na lida com o gado, tem se destacado nas provas do Freio de Ouro e vencido as principais provas de rédeas do Brasil. A raça foi sensação em algumas provas nos EUA.

    No Brasil: Durante séculos, povoou o sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai, mas agora está conquistando todo o país. São cerca de 140 mil animais vivos registrados e distribuídos entre aproximadamente 14 mil proprietários.

    Nenhum comentário: